Os olhos ardem-me. Lacrimejam. Eu só consigo imaginar as minhas lágrimas quentes transformando-se em ácido sulfúrico, duas órbitas vazias e papa de carne morta colada ao chão. Parece pastilha elástica. Doem-me os nós do cérebro e se não fosse o pescoço, a cabeça descansava-me sobre o peito. Ou entre os seios, não sei bem. Imagens eróticas a estas horas que macabramente combinam com ossos quebrados e tosse de cão. Daqui a bocado cuspo sangue que nem vadia fumadora de beatas. Não ouço bem, repete outra vez. Tenho um inferno dentro de mim. Quarenta graus de fogo mais quarenta litros de suor. Sou 75% água (quente) e não há meio de isto gelar. Mais logo afogo-me em chá de limão, que me cansa tropeçar em comprimidos. Chá de limão que me faz vomitar, e tu aí, sem saber nadar.
Carolina