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de há muitos meses atrás

Quatro mãos. Dois pares de mãos. Mãos bêbedas, embriagadas pelo desejo; percorriam dois corpos simultânea & violentamente, agarrando pele, carne & ossos. Uma viagem de mentes deterioradas por curvas perfeitas em corpos vazios, dizia-se nas ruas, entre dentes.
O que buscavam ao certo, no meio de tanta brutalidade, não é de conhecimento comum. Sobriedade, digo eu; contudo, em tom de incerteza. Em busca de sobriedade, entre espasmos de prazer, gemidos mal contidos & fluidos mornos. Um mau sítio para se a procurar, acrescente-se.
Mas ao certo-certo ninguém sabe dizer o que foi. Sabe-se apenas de uma libido encontrada a boiar nos esgotos, estupidamente descarregada sanita abaixo, por todas as vezes que se rompeu algo que era suposto permanecer intacto; uma contradição a tudo o resto, afinal!
Gastou-se demasiado no tal dia, digo eu. E entre o saber & o não saber, não escolho nenhum. Escolho não querer saber & continuar a contar pedras de calçada despreocupadamente. Novecentas e trinta e sete, novecentas e trinta e oito...

Carolina
blog? São ensaios cegos, lúcidos, físicos & metafísicos. É uma mente deteriorada e uma mão cansada. Ou incansável. Relógios parados. E sangue? (...) Mas sobretudo perda de tempo. E possivelmente mais qualquer coisa. Não sei. Incerteza também.

yeah, thanks

© 2010, Luna