o cenário é o Jardim da Manga, do lado oposto à Praça 8 de Maio. em frente, um edifício grande, largo e suficientemente alto para um qualquer ser farto de viver se poder atirar dali abaixo sem correr o risco de voltar a acordar. e é isso que vai acontecer, conto-te já o fim. no fim, um homem desconhecido morre. não sei se era rico ou pobre, mas pobre de alma era com certeza, provavelmente casado (acredito que tem relação) e com um par de cornos gigantesco. e nas escadas do Jardim da Manga estava uma rapariga esquisita, de cabelo apanhado no cimo da cabeça, casaco de cabedal e óculos escuros. os lábios naturalmente vermelho-vivos carregando um sorriso irónico quase bizarro. olhava lá para cima, para o homem que queria morrer. (aliás, foi ela a única a aperceber-se do que se ia ali passar!) o homem atirou-se e espatifou-se no meio da estrada. no momento a seguir passa-lhe um autocarro por cima. o 2F. a rapariga riu alto e a multidão acudiu ao morto.
Carolina