Duas da madrugada. Sentava-se de pernas abertas num banco de madeira mal amanhado - com três pernas apenas. À sua frente, um aquecedor eléctrico - que talvez fosse o objecto mais valioso no meio de toda aquela porcaria.
Com uma ânsia de meter dó apertava a pele nua das virilhas, tentando desencravar pêlos nojentos e poros cheios de pus. Tentativas vãs. Objectivos não-concluídos. Objectivos que talvez pudessem ser alcançados, não fosse o facto de o relógio marcar as duas e um quarto.
Zé entrou porta adentro - embriagado de tudo e mais alguma coisa, como sempre - e decidiu que a cabeça de sua esposa, não combinava com os cortinados acastanhados da pseudo-cozinha. Degolou-a.
Carolina