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Maria dos (ex-)Prazeres

Duas da madrugada. Sentava-se de pernas abertas num banco de madeira mal amanhado - com três pernas apenas. À sua frente, um aquecedor eléctrico - que talvez fosse o objecto mais valioso no meio de toda aquela porcaria.
Com uma ânsia de meter dó apertava a pele nua das virilhas, tentando desencravar pêlos nojentos e poros cheios de pus. Tentativas vãs. Objectivos não-concluídos. Objectivos que talvez pudessem ser alcançados, não fosse o facto de o relógio marcar as duas e um quarto.
Zé entrou porta adentro - embriagado de tudo e mais alguma coisa, como sempre - e decidiu que a cabeça de sua esposa, não combinava com os cortinados acastanhados da pseudo-cozinha. Degolou-a.

Carolina
blog? São ensaios cegos, lúcidos, físicos & metafísicos. É uma mente deteriorada e uma mão cansada. Ou incansável. Relógios parados. E sangue? (...) Mas sobretudo perda de tempo. E possivelmente mais qualquer coisa. Não sei. Incerteza também.

yeah, thanks

© 2010, Luna