Movem-se em desespero quase (des)feitos em pedaços e mesmo assim teimam em cobrir-se de eufemismos parvos. Substituem a dor lancinante que deveras sentem, por "uma impressãozinha" - como se o facto de se aparentarem burros fosse estancar o sangue que lhes escorre nos braços & segurar os pedaços de carne que lhes caem das barrigas perfuradas.
Aqui sempre foram muito humanos, sempre foram muito burros. Sempre gostaram de mascarar a verdade & sempre preferiram 3 palavras ilusórias a meia palavra realista.
Quando morrerem talvez abram os olhos. Talvez percebam que a vida não é um eufemismo quando estiverem fechados num caixão, "adormecidos". Ou talvez seja tarde demais.
Carolina