sabes (não tu, o outro - de ti já não quero saber), eu sou um pequeno poço de instabilidades e tu tendes a destabilizar-me sempre que acabo de me estabilizar. eu equilibro-me como consigo em cima de uma pilha de papéis e lá fico a falar sobre tudo aquilo que acho fantástico. e é então que me interrompes, enches o ar de patranhas e amachucas tudo o que está debaixo de mim (estás a acompanhar?). no meio de todos esses tremeliques que provocas, lá consigo a grande custo trepar para cima de um pedaço de papel velho e prosseguir com os meus monólogos demasiado cheios de nada. e até aqui, tudo razoavelmente bem. tudo razoavelmente bem, até ao dia em que decidas apagar um dos teus cigarros irritantes numa das minhas pilhas de papel.
Carolina